A aguardada adaptação cinematográfica de Wicked finalmente chega às telonas, trazendo para o público a grandiosidade do musical da Broadway em um espetáculo visual e emocional. Dirigido por Jon M. Chu, o filme mergulha na história de Elphaba e Glinda, duas jovens bruxas cujas jornadas se cruzam antes dos eventos de O Mágico de Oz. A produção se destaca pelo design de produção exuberante, efeitos visuais impressionantes e performances marcantes, especialmente de Cynthia Erivo e Ariana Grande. Apesar das inevitáveis comparações com a peça teatral, a versão cinematográfica consegue capturar a essência da história e expandi-la com novas camadas narrativas.
Erivo entrega uma Elphaba intensa e emocionalmente complexa, equilibrando a força e a vulnerabilidade da personagem com maestria. Sua interpretação de “Defying Gravity” é um dos momentos mais impactantes do filme, com uma carga dramática que transcende a tela. Grande surpreende como Glinda, trazendo seu carisma natural e vocais impecáveis para o papel, ao mesmo tempo em que adiciona profundidade à personagem. A química entre as duas protagonistas é fundamental para o sucesso da adaptação, tornando crível a evolução da amizade e eventual separação das bruxas.
Visualmente, Wicked é um espetáculo. A direção de arte constrói um mundo mágico e vibrante, mantendo a identidade já conhecida pelos fãs, mas com um toque cinematográfico moderno. A Cidade das Esmeraldas brilha com um luxo quase onírico, enquanto a Universidade de Shiz ganha vida com cenários ricos em detalhes. Os figurinos, assinados por Paul Tazewell, são um show à parte, capturando a transição das personagens ao longo da história. A fotografia e os efeitos especiais complementam a estética grandiosa, criando cenas de tirar o fôlego, como o voo icônico de Elphaba.
A trilha sonora, composta por Stephen Schwartz, mantém as músicas clássicas que conquistaram o público no teatro, agora com arranjos cinematográficos que amplificam a emoção de cada momento. O desafio de adaptar canções originalmente criadas para o palco foi superado com criatividade, tornando cada número musical mais integrado à narrativa fílmica. Além das performances vocais impressionantes de Erivo e Grande, o restante do elenco, incluindo Jonathan Bailey e Michelle Yeoh, contribui para a força do conjunto. Novas sequências musicais ajudam a aprofundar a história e dar mais peso aos dilemas das personagens.
Se há um ponto que pode dividir opiniões, é a decisão de dividir a adaptação em dois filmes. Embora isso permita explorar a história com mais detalhes e evitar cortes bruscos no material original, também pode fazer com que a primeira parte pareça uma longa introdução para o verdadeiro clímax. No entanto, a forma como o roteiro constrói o crescimento de Elphaba e Glinda mantém o envolvimento do público, garantindo que o primeiro filme tenha seu próprio arco emocional bem definido. Resta saber como a continuação sustentará a intensidade do desfecho.
No geral, Wicked entrega o que os fãs esperavam: um musical épico, repleto de emoção, visuais deslumbrantes e performances memoráveis. Jon M. Chu equilibra fidelidade ao original com inovações cinematográficas que tornam a experiência ainda mais imersiva. Erivo e Grande brilham como Elphaba e Glinda, trazendo camadas emocionais às personagens icônicas. A primeira parte deixa uma base sólida para a conclusão da história, mantendo a expectativa alta para o segundo filme. É um marco no cinema musical e uma adaptação digna do fenômeno que Wicked se tornou ao longo dos anos.