Crítica | Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1


Nas últimas quatro décadas, Tom Cruise transformou Missão: Impossível em uma das maiores franquias de ação de todos os tempos, uma série de filmes que continuamente expandiu as possibilidades do que um blockbuster poderia ser e encontrou novas maneiras de colocar Cruise em perigo. Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1, chega cinco anos depois de Missão: Impossível - Efeito Fallout, que parecia ser o ponto culminante de tudo que veio antes dele, e de muitas maneiras o auge do que esta franquia poderia ser. Comparado a outros filmes de ação de grande sucesso, especialmente em um ano que já nos deu várias decepções, Acerto De Contas Parte 1 é um feito impressionante.

Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1 atua como o começo da despedida de Cruise como Ethan Hunt, ao mesmo tempo em que torna este filme uma espécie de ponto de partida para novos filmes da franquia. Acerto De Contas Parte 1 mostra Ethan Hunt tentando rastrear uma IA senciente chamada The Entity. Porém, esse inimigo que pode estar em qualquer lugar é diferente de tudo que Hunt e sua equipe já enfrentaram, levando Hunt a ficar cara a cara com Gabriel (Esai Morales), que compartilham um passado. Para deter a Entidade, a missão de Hunt, envolve encontrar duas chaves que, quando combinadas, destravam algo que parece extremamente importante para a Entidade.

Imagem: Reprodução / Paramount Pictures

Na busca pela Entidade e pelas chaves, Ethan é novamente acompanhado por Luther (Ving Rhames) e Benji (Simon Pegg), e seus caminhos se cruzam mais uma vez com Ilsa Faust (Rebecca Ferguson). Hunt também conhece Grace (Hayley Atwell), uma ladra que se mete em confusão quando atrapalha os objetivos de Hunt. Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1 também vê o retorno de Eugene Kittridge (Henry Czerny), que não aparece desde o primeiro Missão: Impossível, e nos apresenta Paris (Pom Klementieff), que está caçando Ethan em nome de Gabriel, assim como Jasper (Shea Whigham) e Degas (Greg Tarzan Davis), que também está atrás de Ethan, mas por motivos diferentes.

Uma das diferenças mais notáveis em Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1 quase desde o início é como tudo parece complicado e explicado. Uma cena de encontro inicial mostra Eugene Kittridge explicando a Denlinger (Cary Elwes) e o público exatamente qual é a ameaça, quem é Hunt e o que o FMI faz e, embora esteja claro que essa cena seja para os novatos, ela também é muito mais pesada na exposição do que esses filmes geralmente são. E embora esses filmes geralmente se concentrem em um MacGuffin pelo qual Hunt e o antagonista estão brigando, existem uma grande quantidade de situações forçadas, o que torna essa busca pelas chaves mais complexa do que provavelmente precisa ser.

Imagem: Reprodução / Paramount Pictures

Missão: Impossível sempre contou com a tensão das cenas de ação e Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1 mostra que esta franquia ainda tem muito a oferecer. Uma perseguição por Veneza que coloca Ethan e Grace no menor carro possível aumenta a tensão e a emoção, ao mesmo tempo em que entrega momentos cômicos bastante sólidos entre os dois. Embora a cena do trem, que foi provocada anteriormente, use mais CGI do que se esperaria de um filme de Missão: Impossível, é a maneira como Christopher McQuarrie dirige essa sequência que faz ela funcionar tão bem, e Acerto De Contas Parte 1 Faz com que essa tensão funcione ainda melhor fora dos cenários extravagantes. 

Por exemplo, uma cena em um aeroporto equilibra a introdução de novos personagens, Jasper e Degas estão tentando encontrar Hunt, enquanto Luther e Benji estão em sua própria missão. McQuarrie mistura todos esses elementos de uma maneira que torna a caminhada por um aeroporto eletrizante. Outra cena no trem mencionado nos mostra que todas as misteriosas lealdades e reviravoltas das motivações dos personagens que acontecem dentro do trem são tão cativantes quanto a acrobacia de Cruise para subir na locomotiva em movimento. Ainda que o roteiro, de McQuarrie e Erik Jendresen muitas vezes pareça um pouco demais, é nessas cenas de ação que podemos ver a emoção inerente ao roteiro.

Imagem: Reprodução / Paramount Pictures

O roteiro de McQuarrie e Jendersen também se destaca ao misturar os antigos personagens com os novos. Temos todos os momentos de Ethan/Benji/Luther que esperávamos, mas esse novo elenco sugere que o futuro da franquia tem potencial. Klementieff é um dos destaques do elenco, mas é Grace de Hayley Atwell que deixa a maior impressão, pois ela certamente sabe onde esta franquia está indo, e Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1 faz um bom trabalho nos mostrando que esta franquia estaria em boas mãos. Ainda não se sabe se esse será o caso, mas junto com o retorno de Alanna Mitsopolis (Vanessa Kirby), Acerto De Contas Parte 1 certamente prova que as mulheres são o futuro.

Infelizmente, enquanto Gabriel está sendo criado como o principal antagonista na vida de Hunt, há pouco aqui para torná-lo um vilão tão interessante, especialmente em comparação com o quão emocionantes os vilões desta franquia podem ser quando estão no seu melhor. Em resumo Missão: Impossível – Acerto De Contas Parte 1 é certamente um dos melhores filmes de ação do ano, mas vindo cinco anos depois de Fallout, é difícil para este sétimo filme não parecer um pouco decepcionante. Há um pouco de inchaço nele, principalmente porque Acerto De Contas Parte 1 parece estar fazendo mais do que precisa - seja explicando-se ou introduzindo personagens. Mas ainda assim vale apenas assistir nos cinemas.
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