Durante anos, o conceito de adaptar o vasto e imersivo cânone de Dungeons & Dragons em um longa-metragem de sucesso parecia insuperável, mas não há como negar que o RPG de mesa ressurgiu, graças a várias citações em séries. Até mesmo celebridades como Joe Manganiello têm orgulho de se gabar de ser jogador de D&D, então, se há um tempo perfeito para Hollywood tentar rolar os dados novamente em um filme de D&D, seria agora. E Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes, que vem dos diretores Jonathan Goldstein e John Francis Daley, explora um mundo de fantasia expansivo, que agradará os fãs do jogo de mesa e qualquer novato.
Não seria uma campanha de D&D sem um elenco de personagens bem definidos, mas um tanto desajustados. E em Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes temos a frente do grupo está Edgin Darvis (Chris Pine), que percorreu um longo caminho desde a morte de sua esposa nas mãos de um Mago Vermelho, e junto com Holga Kilgore (Michelle Rodriguez), estão cumprindo pena. Ser pego nunca foi o plano, então os dois orquestram uma fuga para que Edgin volte para Kira (Chloe Coleman), que está vivendo com Forge Fitzwilliam (Hugh Grant), isso é apenas o começo desta aventura que logo envolverá feiticeiros, paladinos e mais surpresas boas demais para estragar.
Imagem: Reprodução / Paramount Pictures
Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes só é marcante, graças ao seu elenco, que usa seus pontos fortes da melhor maneira possível. Pine exala seu carisma, mesmo que Edging seja um personagem infeliz, o que leva a algumas das batidas mais engraçadas do filme. Da mesma forma, Rodriguez se apoia em sua capacidade de ação. Justice Smith torna-se o terceiro e mais involuntário parceiro no crime como Simon Aumar, um jovem feiticeiro que nem sempre tem confiança em suas habilidades. Completando o grupo está Doric (Sophia Lillis), uma druida da resistência com sabedoria além de sua juventude, que tem suas próprias razões pessoais para se envolver com esse grupo.
E então há Regé-Jean Page, que claramente estava apenas nos mostrando o começo do que ele poderia fazer quando entrou no mundo de Bridgerton três anos atrás. Como o paladino Xenk Yendar, um guerreiro lendário, que tem como objetivo resgatar os necessitados e proteger a importante relíquia mágica que o grupo precisa para continuar sua busca. Ele pode não entender o sarcasmo ou os coloquialismos modernos, mas consegue pronunciar frases como "bomba adquirida de forma ilícita" com uma cara completamente séria. Provando que o maior destaque do filme, reside em seus personagens e na jornada que eles percorrem juntos, ao invés de seu destino final.
Apesar das situações perigosas em que esse grupo se encontra, também há muito espaço para risadas, e os roteiristas sabem como utilizar piadas que não apenas aliviam a tensão, mas evitam que a história caia demais em lugares mais sombrios. Nas mãos de outro roteirista, a história de Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes seria trágica, apoiada no luto de Edgin por sua esposa e seus fracassos como pai, mas o filme não foi escrito para fazer de sua narrativa a única prioridade. As motivações e problemas de cada personagem recebem o mesmo peso e todas as suas histórias se unem, especialmente porque esses personagens acabam lutando contra um inimigo comum.
Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes não funcionaria tão bem quanto funciona sem uma afeição natural por D&D, e esse elemento brilha em quase todas as cenas. Goldstein e Daley reconheceram que adaptar com sucesso esta franquia não significa usar todos os fanservice possíveis. Em vez disso, há uma implantação pensada e divertida de cada participação especial que aparece no filme. Tudo se aproxima da batalha final contra a Maga Vermelha, Sofina (Daisy Head), que mostra nossos heróis usando todas as habilidades, uma estratégia que sem dúvida chama de volta os melhores aspectos do jogo. Então não se surpreenda se você sair do cinema querendo iniciar sua própria campanha.