Crítica | M3GAN


Estamos apenas alguns dias em 2023 e M3GAN pode ser meu filme favorito do ano. Se você já viu os trailers do filme, você conhece bem a história. Allison Williams interpreta Gemma, uma roboticista que trabalha para uma empresa que constrói brinquedos de IA. Quando sua irmã e seu cunhado morrem em um acidente de carro, ela fica a cargo de sua sobrinha de nove anos, Cady (Violet McGraw). Apesar de trabalhar com brinquedos, Gemma não tem experiência com crianças, e isso mostra logo no primeiro encontro. Ela fica desajeitada com Cady, e entende coisas simples. Em vez disso, Gemma acelera o desenvolvimento de M3GAN.

M3GAN é uma boneca que sincroniza e aprende com uma criança - neste caso, Cady. Ela tem todos os tipos de softwares sofisticados de IA que significam que ela sabe de tudo o que uma criança precisa saber, desde fatos sobre condensação até como desenhar e dançar, até apenas manter uma conversa e ser uma boa ouvinte, então Cady se apega a M3GAN muito rapidamente e o mesmo acontece com M3GAN que fica apegada a Cady, mas com resultados mais mortais. Para você ver, a principal diretriz de M3GAN é proteger Cady, física e emocionalmente. Então, quando alguém machuca Cady, M3GAN leva isso para o lado pessoal.
 
Imagem: Reprodução / Universal Pictures

Não há grandes surpresas em M3GAN, nada que você não esteja esperando. Parte disso se deve ao departamento de marketing, que distribuiu o filme inteiro no segundo trailer do filme. Mas, apesar disso, M3GAN ainda é um ótimo filme. O filme é dirigido por Gerard Johnstone e produzido por James Wan, que revolucionou o gênero de terror, e aqui ele entrega um filme que consegue ser divertido e estranho ao mesmo tempo. Uma das melhores cenas do filme mostra M3GAN em uma mesa de brinquedo, cercada por ursinhos de pelúcia e outros brinquedos. E então há M3GAN, está sentada no meio em silêncio, com uma expressão sombria em seu rosto não humano. 

A presença de M3GAN na tela é única e confesso que vai ser difícil esquecer ela, a boneca foi criada com uma combinação de marionetes, animatrônicos, VFX e uma atriz humana (Amie Donald), que faz as cenas de dança sob a máscara aterrorizante da personagem, é difícil dizer quando ela é real, quando é falsa e quando é uma combinação. O design de som de M3GAN certamente ajuda na ilusão da personagem. Com praticamente cada passo de M3GAN zumbindo e estalando, como se fosse engrenagens se movendo. Não alto o suficiente para ser desagradável, apenas perceptível, para que fique claro que M3GAN é um robô. 

Imagem: Reprodução / Universal Pictures

Jenna Davis traz uma vocalização especialmente alegre para M3GAN, fazendo-a soar alegre e de alguma forma sinistra. Os atores humanos também são ótimos. Allison Williams entrega maestria, como sempre, interpretando Gemma como uma tia que pensa que tem tudo sob controle. Outro destaque do impressionante elenco é a jovem Violet McGraw, que é cativante como Cady, trazendo tristeza pela morte de seus pais e alegria por ter M3GAN como amiga. Ela é uma pirralha quando precisa ser e é atenciosa quando chega a hora certa. M3GAN não é perfeito e alguns detalhes menores da trama ficam em segundo plano mesmo com potencial. 

Como a pitada de espionagem corporativa mencionada, mas nunca realmente explorada de maneira significativa, e o filme teria ficado bem sem isso, mesmo que agora com uma sequência confirmada faça sentido essa trama. O filme também gasta muito tempo antes de chegar a qualquer tipo de perigo, mas, felizmente, M3GAN é engraçado o suficiente para manter a história fluindo. M3GAN pode se tornar o Maligno de 2023. Não tem uma reviravolta, mas é um filme estranho e maluco, ele não é tradicionalmente assustador, mas é existencialmente assustador. À medida que o mundo avança com IA, esses tipos de cenários se tornam mais assustadores.
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