Entenda como The Boys melhora seu material de origem em quadrinhos


Se existe alguma palavra que possa ser usada para descrever The Boys, elegante não seria a primeira que vem à mente. Mas quando comparado aos quadrinhos originais criados por Garth Ennis e Darick Robertson, a série do Prime Video, parece usar o material de origem para fazer uma grande pintura na tela. Enquanto ambas as iterações de The Boys se divertem com sua sujeira e hiper-violência, o quadrinho só usa isso para chocar. Ennis terá heróis e vilões fazendo as coisas mais diabólicas, como quando Billy Butcher (Karl Urban) segura no pescoço de um bebê, apenas para fazer o leitor dizer "uau, isso está confuso". Mas na série, Eric Kripke controla o choque para ser um pouco mais fundamentado. Isso apresenta aos espectadores quão profundamente tristes ou assustadoras as pessoas podem ser no mundo real de uma maneira muito mais eficaz. No centro de ambas as iterações desta história está o comentário social, e ambas não querem ser sutis sobre isso. A história em quadrinhos é uma sátira de ambas as tendências cômicas da época e da política da era Bush. Ennis notoriamente odeia super-heróis, com raras exceções, e usa cada personagem como uma forma de criticar. Praticamente todos os grandes eventos horríveis que acontecem são retratados como sendo muito mais gráficos e mostrados na tela. Principalmente se os personagens são mulheres ou LGBT, eles existem na série para serem brutalizados. Quando se trata de política, é tratado igualmente mesquinho. Essa atitude má é melhor mostrada com a forma como ambas as versões lidam com a infame cena do avião.

Na série, eles entram no avião e percebem que não há uma maneira eficaz de salvar todos, então Homelander faz a escolha de não salvar ninguém para evitar relações públicas ruins. Ele estava disposto a deixar um grupo de civis inocentes morrer apenas para evitar prejudicar a imagem pública de si mesmo e da empresa para a qual trabalha. Nos quadrinhos, os supers são implantados em um dos aviões sequestrados em 11 de setembro e conseguem fazer o avião evitar bater no World Trade Center. Com cada ação horrível ou surto psicótico que Homelander passa, você pode sentir Anthony Starr em êxtase por poder desempenhar esse papel. Na série, quando coisas ruins acontecem, isso força os espectadores a ver esses personagens sofrendo. Diferente dos quadrinhos que usa isso para chocar e criticar. Personagens como Annie (Erin Moriarty) e Hughie (Jack Quaid) são humanizados na série para que o público tenha mais empatia com eles e evite que a história seja tão sombria que seja desanimadora. Mas com a série os vilões também são humanizados para mostrar os verdadeiros horrores da sociedade moderna. Isso mostra que, na maioria das vezes, os vilões do mundo real não são comicamente maus; a verdadeira vilania vem daqueles que são apenas pessoas comuns. Pessoas que são facilmente capazes de se misturar na multidão. Pessoas que se apresentam ao mundo como agradáveis ​​e gentis, mas são agressores a portas fechadas. A adaptação se esforça para realmente dizer algo sobre o mundo, tornando a história da série muito impactante do que os quadrinhos. 
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