Crítica | Pânico


Pânico ou como os fãs gostam de chamar Pânico 5, serve como uma continuação / homenagem tocante à franquia icônica de Wes Craven que impactou muitas gerações, o filme entrega ao telespectador um exemplo clássico de como é reviver e revigorar uma franquia para os dias atuais, com boas referências a todos os outros filmes! O longa dirigido por Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillertt, reacende o gênero slasher nos cinemas, graças às muitas reviravoltas, o uso correto da metalinguagem e claro assassinatos sangrentos. Mesmo com o retorno dos personagens clássicos Neve Campbell, Courteney Cox e David Arquettt, o novo elenco é quem rouba de fato a cena na produção, dando ao público uma história inesquecível que faria Wes Craven se sentir orgulhoso do resultado final.

Vinte e cinco anos após a primeira série de assassinatos em Woodsboro, Sam Carpenter (Melissa Barrera) retorna à sua cidade natal depois que sua irmã adolescente, Tara (Jenna Ortega), é atacada por um novo assassino usando a máscara de Ghostface. Não parece haver uma razão pela qual Tara seria o alvo do assassino, mas Sam logo descobre que Ghostface está de volta por causa de um segredo obscuro que ela guarda de seu passado, e em uma rápida análise Sam percebe que todos no grupo de amigos de Tara têm alguma conexão com os assassinatos do passado. Sam pede ajuda a Dewey Riley, o que também traz Sidney Prescott e Gale Weathers de volta à ação para ajudar na luta para impedir que Ghostface faça mais vítimas.

Imagem: Reprodução/Paramount Pictures

Mesmo depois de quatro filmes, Pânico tirando o número 5 de seu título por razões que são abordadas no filme, continua inventivo. Uma grande parte do que fez o primeiro filme e suas sequências ser tão memoráveis, é o mistério em seu centro. Nunca foi apenas sobre os assassinatos ou as razões por trás dos assassinos, mas o jogo de adivinhação que leva a história até o terceiro ato do filme. O novo filme da franquia certamente entrega ao telespectador um exemplo clássico de como é reviver e revigorar uma franquia com respeito. Em termos de terror, a franquia nunca foi tão assustadora, e Pânico segue nesse sentido, onde mostra os próprios personagens não sabendo em quem confiar. Os assassinatos são úteis, ocasionalmente horríveis e criativos, mas não tão emocionantes quanto o mistério e o suspense que vem ao tentar escapar de ser esfaqueado por Ghostface. Para esse fim, os sustos são bastante decepcionantes, mas felizmente são ofuscados por outras qualidade do filme. 

Pânico sempre gostou de zombar de si mesmo e de outros filmes de terror, e neste novo capítulo da franquia o uso da metalinguagem não é diferente, e aproveita o espaço para  falar diretamente com os fãs e para se posicionar sobre a indústria cinematográfica atual. Não é novidade para ninguém que Ghostface é sempre um grande fã da franquia “Stab” e usa suas histórias para provocar as vítimas. O elenco de apoio da Geração Z discute continuamente clássicos de terror, sucessos recentes do gênero e o que deu errado com sequências fracassadas. O novo filme decide mudar as regras de sobrevivência, pela primeira vez, e permite que a vítima da cena de abertura sobreviva, colocando ela diretamente no grupo de amigos que são alvos do assassino mascarado. Não demora para que a relação de cada um dos personagens com nomes clássicos da franquia se revele, e torne o novo Pânico bem mais envolvente para fãs da franquia do que para o público em geral. 

Imagem: Reprodução/Paramount Pictures

Com o bom uso da metalinguagem, referências, entre outras coisas, é o que torna Pânico tão bom. Ele reconhece seu legado e história sem se deleitar com isso, tirando fatos de seu passado sem ser muito autodepreciativo, entregando uma sequência que tem apostas e novos personagens simpáticos. É um ato de equilíbrio que o filme se sai incrivelmente bem na maior parte, mesmo entrando em alguns momentos humorísticos sobre essas coisas. Em uma cena em particular, a trilha musical de Brian Tyler cresce em intensidade depois que cada porta é aberta, apenas para informar que algo acontecerá quando menos se espera, e isso foi uma grande jogada com as próprias expectativas do público de quando o assassino pode atacar. A maneira como os personagens originais são trazidos de volta ao enredo é orgânico, dando-lhes o que merecem enquanto dedicam tempo para estabelecer as novas adições, sua conexão entre si e com os filmes anteriores. 

Pânico fornece uma breve atualização sobre o que Sidney, Dewey e Gale têm feito em suas vidas desde Pânico 4 sem ter que dar ao público um despejo de informações, mantendo o ritmo da história em mãos, e só para constar, Campbell, Cox e Arquette continuam ótimos em seus papéis. Do novo elenco, Jenna Ortega e Melissa Barrera são particularmente excelentes, retratando irmãs que se importam profundamente uma com a outra, mas que se distanciaram ao longo dos anos. Filmes sequências são sempre difíceis de fazer, mas Pânico consegue fazer isso de maneira inteligente, com novos personagens que se destacam e mantém a conexão com os outros filmes viva, entregando ao público uma história inesquecível que faria Wes Craven se sentir orgulhoso do resultado final. O filme estreia nos cinemas em 13 de janeiro de 2022 e se você se sente seguro para ir, prefira comprar os seus ingressos pelo site do cinema, e lembre-se de manter o distanciamento seguro, manter suas mãos higienizadas e usar uma boa máscara no rosto o tempo todo.
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