Já se passaram 18 anos entre as sequências de Matrix, mas por trás do caos de ação de códigos de computador conflitantes estão Keanu Reeves como Neo e Carrie-Anne Moss como Trinity, provando que eles ainda são ícones românticos atemporal em um filme que mantém o brilho da franquia original, ao mesmo tempo em que expande o universo da trama trazendo novos questionamentos. Matrix Resurrections da visionária cineasta Lana Wachowski, o tão esperado quarto filme da franquia inovadora que redefiniu todo um gênero estreou nos cinemas em 22 de dezembro.
Depois de quase décadas após os últimos eventos de Matrix, Thomas Anderson (Keanu Reeves) está de volta como um desenvolvedor de videogame que criou Matrix e seus jogos sequenciais, todos eles um grande sucesso para a controladora Deus Ex Machina. No entanto, ele sente que algo não está certo, embora seu terapeuta (Neil Patrick Harris) tente convencê-lo do contrário. Tudo muda quando uma mulher chamada Bugs (Jessica Henwick), que escapou da Matrix graças a verdadeira forma de Neo. Ela junto com sua equipe tentam extrair de Thomas a sua verdadeira história, apenas para ele descobrir o motivo pelo qual ele e Trinity (Carrie-Anne Moss) estão de volta é mais sinistro do que ele pensava.
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| Imagem: Reprodução/Warner Bros. Pictures |
O filme apresenta muitos personagens novos e interessantes, embora todos permaneçam firmemente unidimensionais, com pouco esforço para expandir suas vidas além de sua missão. O foco, entretanto, nunca se afasta de Neo e Trinity, que é francamente surpreendentemente subutilizado. O par tem estado no centro da franquia desde o início e Matrix Resurrections capitaliza sobre esse vínculo e essa forte ligação entre eles. A química de Reeves e Moss ainda é intensa e o amor que os personagens têm um pelo outro é a força do filme. Wachowski, entende a profundidade desse relacionamento, bem como a importância de sua conexão, o que impulsiona a história imensamente dando ao filme um dos melhores romances de ficção científica em muito tempo.
Em Matrix Resurrections tem muita coisa acontecendo, mas parece prosperar no caos geral sem nunca perder o controle do enredo. A exposição é pesada e há certas explicações que os espectadores terão que revisitar a franquia ou escolher seguir o fluxo. Depois de uma abertura explosiva na metade do filme a história é desacelerada, perdendo a força antes de retomar novamente para um final envolvente. Matrix 4 só acontece graças a dose de nostalgia, que segundo Morpheus (Yahya Abdul-Mateen II), alivia a ansiedade. Para um filme que revolucionou a indústria cinematográfica em 1999, esse longa conta com cenas de ação desanimadoras. E mesmo sabendo que Matrix 4 nunca fosse subir ao nível de seus antecessores, o material apresentado são agressivamente medíocres para uma franquia de tão alto calibre.
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| Imagem: Reprodução/Warner Bros. Pictures |
Ainda sim, Matrix Resurrections é emocionante e divertido quando chega a meta, o único problema é que no caminho existem muitos comentários e piadas que são autoconscientes e autorreferenciais, e têm o objetivo de provocar algumas risadas no público. Alguns comentários no filme até zomba de si mesmo, enquanto Neo fica no meio de tudo, contemplando tudo sobre sua vida até este ponto. Matrix 4 inclina-se para idéias sobre escolhas, controle e livre arbítrio. As pessoas querem ser controladas? Eles estão mais dispostos a aceitar o conforto que a ficção lhes traz quando a realidade de suas vidas é tão sombria. O longa pondera esses temas por meio da relação de Neo e Trinity para fazer o público se importar o suficiente com o que o filme está tentando dizer.
O filme é fortalecido pelo excelente elenco de apoio, Jonathan Groff como uma nova versão de Smith, o inimigo de Neo, destrói o cenário da melhor maneira possível. Neil Patrick Harris como o analista está bem escalado e as atuações dele e de Groff certamente impressionam em um filme que de outra forma seria silencioso. Yahya Abdul-Mateen II faz um trabalho decente como Morpheus, e a explicação interna de por que ele parece diferente faz sentido. Mas é difícil se livrar da influência de Laurence Fishburne na franquia, embora o ator faça o possível para torná-la sua. Em muitos aspectos, Matrix Resurrections faz o que outras sequências da franquia deixam de fazer, contar uma história sobre onde os personagens estão agora e para onde estão indo. O filme estreia nos cinemas em 22 de dezembro e se você se sente seguro para ir, prefira comprar os seus ingressos pelo site do cinema, e lembre-se de manter o distanciamento seguro, manter suas mãos higienizadas e usar uma boa máscara no rosto o tempo todo.
