Crítica | O Último Duelo


O Último Duelo apesar de ser um filme de Riddley Scott e um elenco estrelado com Matt Damon, Adam Drive, Jodie Comer e Ben Affleck, se estende demais e fica perdido no roteiro.

Quando fui convidado a assistir O Último Duelo, um filme produzido pela 20th Century Studios, fiquei imaginado em alguma fantasia medieval, talvez um conto com uma lição de moral no fim, porem fui surpreendido, e vi um filme maturo e com discussões para serem abordados. Baseado em fatos, O Último Duelo mostra uma sociedade medieval em seu dia a dia, e um conflito de cavaleiros, gerado por um abuso.

Imagem: Reprodução/20th Century Studios

A história em O Último Duelo é contando por visões diferentes: Jean de Carrouges (Matt Damon) Jaques Le Gris (Adam Driver ) e Marguerite (Jodie Comer), portanto vemos temos as mesmas cenas, mas com uma angulação nas filmagens diferentes, para poder transmitir  sentimentos diferentes em um mesmo ato. Um mesmo drama, com lados e  distinto, mas no final, uma única verdade.

E sim, o estupro de Marguerite aconteceu, e esse é o fato indiscutível. Porém, o roteiro trabalha em cima dos motivos do abuso ter acontecido. E esse é a razão pelo diretor ter usados narrativas divergentes para contar a história. Quando Riddley Scott coloca três olhares sobre o abuso, passeamos pela cabeça da vítima, do abusador e do marido. E a grande sacada ao usar esse recurso é expor que Marguerite está cercada em sua volta de homens abusivos, sendo tratada todo tempo com objeto. Essa é uma obra que faz uma denúncia da misoginia praticado no século 12.

Imagem: Reprodução/20th Century Studios

Apesar de ter uma boa ideia, o roteiro do filme me desagradou. O jeito narrado a história, fica cansativa, e desgasta quem assiste o filme, que tem 2 horas e 40 minutos de duração, mas passando a sensação de ser um longa com o dobre desse tempo. O ritmo empregado pelo Scott transita entre o monótono e frenético, mas sem uma identidade. Outro defeito do roteiro são as cenas longas, prolongadas e barrigadas na trama, que passa uma sensação que o diretor estava preocupado mais em encher linguiça do que contar sua história.

A fotografia é bela, e trabalha como recurso para narrar fatos acontecidos em três olhares contrários, e vira artificio para contar seu drama. A ambientação está impecável, uma verdadeira ida a idade media, com direitos aos mínimos detalhes da época. Com um elenco recheado com maiores estrelas de Hollywood, dificilmente teremos um trabalho médio de atuação. Os atores vivem bem seus personagens, e fazem um trabalho impecável. O Último Duelo poderia ter sido um grande filme sobre idade media e misoginia, contudo, devido aos seus excessos, ele se torna chato e entediante em diversos momentos. Tirando três ou quatro cenas de impacto, o restante do filme é monótono e cansativo.

O Último Duelo está em cartaz nos cinemas e se você se sente seguro para ir, prefira comprar os seus ingressos pelo site do cinema, e lembre-se de manter o distanciamento seguro, manter suas mãos higienizadas e usar uma boa máscara no rosto o tempo todo.
Postagem Anterior Próxima Postagem