456 jogadores, 6 rodadas em 6 jogos mortais e apenas um só vencedor. Round 6, o mais recente drama deliciosamente dark na Netflix. Com personagens interessantes, um talento artístico e muitos segmentos tensos, esta série de 9 episódios espreme absolutamente tudo o que pode do seu tempo de execução.
A trama em Round 6 é centrada em Seong Gi-hun (Lee Jung-jae), também conhecido como 456, um homem sem sorte que luta para sobreviver. Ele tem milhões de dívidas, tanto com agiotas quanto com o banco, algo que só piorou com o vício em jogo de apostas. Tudo isso parece que irá acabar quando um misterioso empresário oferece a Gi-hun uma saída dessa vida, ele a pega com as duas mãos. O único problema é que essa oferta é literalmente uma questão de vida ou morte.
Gi-hun e os outros 455 competidores logo descobrem que estão presos em um jogo mortal que vai custar mais do que dinheiro. Conforme os episódios vão passando, mais personagens ganham destaque, incluindo o encantador Oh Il-nam (Oh Yeong-su) o jogador número 001, Kang Sae-byeok (Jung Ho-yeon), a jogadora 67, Abdul Ali (Tripathi Anupam), o jogador número 199 e o amigo de Gi-hun, Cho Sang-woo (Park Hae-soo), o jogador número 218. Round 6 é muito parecido com outros programas de jogos de vida e morte, mas a série se destaca pelo uso de seus personagens na trama.
Ao longo de 9 episódios, cada um desses jogadores muda e evolui. Cho Sang-woo segue um caminho mais sombrio, Jang Deok-Soo (Heo Sung-Tae) o grande valentão do grupo fica cada vez mais desesperado enquanto o Jogador 001 permanece um enigma e calmo. Há também membros da equipe tentando ganhar dinheiro rápido, instigando acordos duvidosos com os jogadores, enquanto o detetive Wi Ha-Joon (Hwang Jun-Ho) tem sua própria agenda para estar na ilha. No entanto, Gi-hun é o personagem central aqui, e é por meio dele que vemos todos os seis desses jogos mortais se desenrolarem que acabam sendo o ponto focal de grande parte da tensão.
Como esperado, há algumas mortes pelo caminho que são, sem dúvida, brutais. No entanto, as mortes não são desagradáveis como nos filmes Jogos Mortais. Em vez disso, Round 6 simplesmente usa sua violência como forma de contar uma história mais ampla sobre a sociedade e os efeitos perigosos do endividamento em espiral. A série também destaca sutilmente o crescente fosso entre ricos e pobres, sussurrado lindamente através de um monólogo durante o episódio final. Isso realmente ajuda a amarrar tudo, mostrando a grande divisão entre as massas na corrida da vida cotidiana e os poucos que vivem no topo.
Estou tomando cuidado para não revelar spoilers aqui, mas enquanto os jogos têm uma conclusão definitiva, o enredo maior do show não tem. A cena final do show deixa um suspense tentador, pronto para uma possível temporada seguinte. Esteticamente, Round 6 parece absolutamente fantástico. As cores brilhantes e os visuais alucinantes contrastam muito bem com a natureza sombria dos jogos. Tudo isso é alimentado por uma trilha sonora excelente e imersiva, que usa uma mistura de notas menores para aumentar a tensão durante os jogos e algumas faixas perturbadoras enquanto cada personagem está isolado ou refletindo suas próximas escolhas no dormitório.
Round 6 é simplesmente brilhante em uma produção angustiante que consegue retratar jogos de vida ou morte de uma maneira realista e brutal. E, apesar de tudo, também consegue contar uma história muito mais ampla sobre a desigualdade que está enraizada em nossa sociedade. O show mostra com delicadeza, como os pobres são forçados a fazer tudo o que podem para tentar escapar de suas vidas repletas de dívidas enquanto os ricos vivem no luxo.
A primeira temporada de Round 6 dirigido por Hwang Dong-Hyuk, está disponível na Netflix desde de 17 de setembro de 2021 e conquistou as primeiras posições entre os mais vistos em diversos países. Esta produção é sem dúvida uma que você certamente não deve perder este ano.