Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis apresenta com grande sucesso o mais novo herói do MCU, por meio de sequências de ação espetaculares, fotografias únicas, personagens memoráveis e, acima de tudo, uma história emocionalmente homenageando a cultura asiática da melhor maneira possível.
O filme Viúva Negra deu início a Fase 4 da Marvel, o longa foi feito para apresentar novos personagens e serviu como uma despedida para Natasha Romanoff, personagem interpretada por Scarlett Johansson. Já em Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, o público finalmente tem de fato a primeira visão mais significativa do futuro da franquia nas telonas.
Imagem: Reprodução/Marvel Studios |
O prólogo do filme pegará alguns telespectadores de surpresa, pois é em sua maioria legendado, um elemento do filme que é mais proeminente do que os trailers levaram o público a esperar. À medida que nos é dado o contexto por trás da infância de Shang-Chi e da criação de seus pais Wenwu (Tony Leung) e Li (Fala Chen), cortamos para o mundo pós-blip, onde somos apresentados a Shang-Chi (Simu Liu), que agora é conhecido e atende por Shawn.
Quando conhecemos Shawn, ele está vivendo uma vida tranquila como manobrista em um hotel de luxo em San Francisco, junto com sua melhor amiga Katy (Awkwafina). Os dois aproveitam a vida, apesar de alguns amigos e familiares estejam sempre cobrando a falta de ambição deles para o futuro. No entanto, a organização dos Dez Anéis chega para interromper a vida tranquila de Shawn, atacando ele em um ônibus e ele se livra deles com relativa facilidade, fica claro para Katy que seu amigo estava escondendo um segredo obscuro.
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Acontece que Shaun é na verdade Shang-Chi, um assassino treinado por seu pai, Wenwu (Tony Leung), um guerreiro mestre e possuidor dos lendários Dez Anéis. Os amigos viajam para a China para confrontar Wenwu, encontrar a irmã distante e igualmente mortal de Shang-Chi, Xialing (Meng'er Zhang), e descobrir a verdade por trás da morte de sua mãe Jiang Li (Fala Chen), que pode estar ligada à sua terra natal mística, Ta-Lo.
Muito parecido com o que a Marvel realizou em Pantera Negra, que explorou a cultura africana em um filme moderno de super-herói. Shang-Chi também tem em sua construção a cultura asiática como referência. O roteiro do filme, que foi escrito pelo diretor Destin Daniel Cretton junto com Dave Callaham e Andrew Lanham, exala autenticidade, em grande parte graças às experiências de Cretton crescendo como nipo-americano e Callaham crescendo como chinês-americano.
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Como mencionado anteriormente, muitos dos diálogos do filme são em Mandarim com legenda, e o uso da linguagem tem seu significado para os personagens, um exemplo é quando Shang-Chi e Katy encontram Jon Jon (Ronny Chieng). Na cena, Katy menciona que seu Mandarim não é forte, mas Jon Jon reconhece que entende "ABC", que se refere a ela ser "chinesa nascida nos Estados Unidos". Essa cena serve como um dos muitos elementos maravilhosos do filme em sua representação autêntica para os personagens asiáticos especialmente para aqueles que cresceram no Ocidente.
Obviamente, a maioria do público atraído por Shang-Chi não apenas procura seus laços com o MCU, mas por suas sequências de luta de artes marciais espetaculares, graças ao trabalho do falecido Brad Allan, que atuou como coordenador supervisor de dubles do filme e a quem o filme é dedicado nos créditos finais. Muitas das cenas são combinadas com o imaginário místico inspirado nos quadrinhos.
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O que torna Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis um filme da MCU de primeira linha é seu retrato íntimo das relações interpessoais que o herói tem com cada personagem, particularmente com seu pai. Os filmes anteriores de Destin Daniel Cretton, mostram seu talento em tratar personagens complexos, e sua sensibilidade para contar histórias, e ele implementa isso com sucesso no MCU. Junto com seus instintos narrativos, ele traz performances notáveis de seu elenco.
Simu Liu que interpreta Shang-Chi traz tanto carisma para o papel e uma presença física que se encaixa facilmente na tela. Sua amizade com Katy ao longo do filme os torna um par agradável, o que é ainda mais emocionante quando eles encontram sua irmã Xialing, bem como um certo personagem que, apesar de seu papel ser divulgado publicamente, é melhor manter surpresa para os fãs que desconhecem sua presença no filme.
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Mas, de todo o elenco, o público sairá do filme mais impactado pelo lendário Tony Leung e sua interpretação como Wenwu, o pai de Shang-Chi, também conhecido como o verdadeiro mandarim. Leung traz seriedade para Wenwu, com uma performance que é poderosamente subjugada com um peso emocional maior do que qualquer vilão no MCU.
O primeiro encontro com Li (Fala Chen), mãe de Shang-Chi, é uma briga de flerte em uma floresta de bambu encantada. Wenwu fica abalado, irritado e luta com raiva; já Li está calma e confiante que desvia dos ataques com elegância. A câmera gira em torno deles enquanto eles brigam e, em um nível puramente visual, a história deles é explicada claramente.
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O conflito familiar entre Shang-Chi e Wenwu é uma história atemporal de pais e filhos, e é nessa relação específica em que o filme tem seus picos emocionais. O filme começa e termina no relacionamento deles e, felizmente, atinge todas as notas certas, criando no terceiro ato um confronto emocionalmente.
Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis é um filme extremamente divertido em todos os níveis, e acima de tudo um marco cultural para o público asiático graças à sua celebração autêntica da cultura, acompanhado de um elenco diversificado de personagens asiáticos cujo conceito o torna nada menos que inovador.
O filme estreará nos cinemas em 2 de agosto e se você se sente seguro para ir, prefira comprar os seus ingressos pelo site do cinema, e lembre-se de manter o distanciamento seguro, manter suas mãos higienizadas e usar uma boa máscara no rosto o tempo todo.