Entenda como foi a preparação dos dublês para série "Os Ausentes"


A série Os Ausentes, a primeira brasileira, acaba de estrear na HBO Max. A produção retrata o trabalho da agência "Ausentes", que é especializada em investigar casos de pessoas desaparecidas na cidade de São Paulo. Ao longo dos episódios, acompanhamos histórias de personagens em busca de respostas sobre o sumiço de amigos e familiares.


A atriz Maria Flor interpreta Maria Júlia, uma jornalista que foge de Buenos Aires após o misterioso desaparecimento de seu pai, e vai trabalhar nessa agência ao lado de Raul Fagnani, interpretado por Erom Cordeiro, um ex-delegado que decidiu abrir a Ausentes após o sumiço de sua filha Sofia.


Com muitas cenas de ação nas quais os atores também têm que lidar com uma grande carga dramática, a série de 10 episódios contou com a coordenação para cenas de lutas dos dublês Gutemberg Lins e Daniel Galvão, da Action Kung Fu - uma das empresas pioneiras especializada exclusivamente em artes marciais para a produção de séries, filmes, campanhas publicitárias e videoclipes.


Imagem: Reprodução/HBO Max

A palavra "dublê'' vem do inglês "double body", ou corpo duplo. A função de um ator dublê no Brasil está se profissionalizando cada vez mais. Hoje, por exemplo, existem escolas e cursos de teatro voltados para esse ramo. A Action Kung Fu, por exemplo, oferece um workshop de lutas cênicas no qual os participantes vivenciam cenas de ação em coreografias de lutas. Há também o Centro de Treinamento Tático Dublês e Atores, que oferece desde reciclagem a profissionais que já estão no mercado, até cursos completos para quem nunca teve contato com a atividade.


Trata-se de um treino diferenciado, porque, além de um preparo físico especial, o profissional deve interpretar movimentos como a queda de uma escada, um atropelamento, um salto em um rio. E tudo, claro, sem sofrer nenhum dano físico. Além disso, estuda-se também a coreografia de lutas, que é chamada de "action design", para desenvolver o conceito de ação do produto final.


Para desenhar as cenas de ação, a produção envia para a equipe de dublês um briefing, que geralmente integra o roteiro total da obra a um segundo documento decupado apenas com as imagens de ação. É com base nesse descritivo que a equipe detalha como serão essas atuações. Já em cena, existem outros cuidados: além de equipamentos de segurança para proteger o corpo dos dublês, há também certas restrições. Se por acaso tiver cenas de tiroteio, como em Os Ausentes, deve-se ter autorização prévia do Exército Brasileiro, informando o número de disparos cenográficos que serão feitos e, depois, a devolução dos cartuchos, que são de festim.

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