Crítica | Cruella


Com atuações impecáveis e nova forma de trazer Live Action, Cruella surpreende até os mais céticos 


Quando a Disney começou seu império trazendo adaptações de livros - em sua maioria sombrios - para as telonas dos cinemas, não há quem duvidasse dos encantos de uma história fantástica sendo contada. Convenhamos, a Disney pode sim gozar do título de excelente produtora de filmes. No entanto, algo vinha surpreendendo negativamente aos que assistiam às novas produções do mundo Disney, e essas produções têm nome: live actions. Isso mesmo, as novas formas de cinema não estavam ganhando fama positiva frente ao original do que estava sendo adaptado. Exemplos disso são os filmes da Bela e a Fera (2017) e Malévola (2014). 


Como chegamos em Cruella? Simples, o filme ensinou exatamente como fazer um Live Action impecável. Emma Stone e Emma Thompson conseguiram unir, com maestria e coesão, o maquiavélico e a boa atuação. Duas gerações de grandes atrizes foram colocadas frente a frente e algo poderoso surgiu, a primeira cena de Emma Thompson como Baronesa já convenceu todos que assistiam, no momento era impossível acreditar que a produção seria ruim. A dúvida, no entanto, ficou com Emma Stone, que enfaticamente mostrou ao que veio. 


Imagem: Reprodução/Disney Plus

A história pode ser narrada com ênfase em dois pontos: as motivações de Cruella até o momento em que se tornou a grande malvada e a trajetória que teve a partir dessas motivações. O arco começa lá no momento em que a mãe da jovem morre e a menina acaba acreditando ser sua culpa até o momento em que descobre exatamente os culpados pelo fatídico ocorrido. A partir disso, vemos nossa protagonista, que sai de Estella para a tão renomada Cruella De Vil. Essa transição foi feita de forma impecável, tanto pela construção dos figurinos, quanto pela junção disso com a postura que vimos ao longo da trama. Baronesa, dona de uma renomada marca de roupas, vê todo seu império ruindo para uma recém chegada no mundo da moda. 


Cruella, entretanto, queria mais. Para a jovem, vingança era o que precisava para ultrapassar todo e qualquer parâmetro e chegar ao tão sonhado primeiro lugar. Para os que se perguntam se há a presença dos Dálmatas no longa, sim, eles estão lá. Quase que de uma forma a não ser notada, mas estão sim presentes na narrativa de Craig Gillespie


Imagem: Reprodução/Disney Plus


Craig Gillespie, diretor do filme, acertou em praticamente todas as suas escolhas. Os atores cumprindo exatamente o que podemos chamar de além do esperado, a trilha sonora escolhida com maestria e o figurino rebelde e ousado para dar espaço ao mundo Cruella. A presença de características marcantes fez com que a paixão pela vilã fosse real e, diferente das escolhas de Malévola, aqui a vilania estava presente como uma característica de Cruella. Ainda que houvesse motivos, ninguém queria justificar os atos de Cruella de Vil


Com certeza vale a pena assistir o filme, a pergunta que fica é se vale pagar tão caro para tê-lo nas telas do Disney+. Convenhamos que para os que desejarem assistir mesmo, não será difícil encontrar de outras formas, mas para aqueles que acham que vale o risco, fica aí uma dica para assistir diretamente nos cinemas de todo Brasil. 



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