Crítica | Bridgerton


Bridgerton é uma verdadeira obra de arte, reúne todo o glamour e o drama do século XIX com a vivacidade e inovação do século XXI, garantindo diversão, risadas e muito romance.


Assistimos Bridgerton, a primeira série de romance de época original da Netflix produzida pela renomada Shondaland – mesma produtora de Greys Anatomy, Scandal e How To Get Away With a Murderer – inspirado na obra homônima de Julia Quinn.


Na história somos apresentados a sociedade do século XIX, a era regencial britânica, período de grande desenvolvimento da literatura, a cultura, e claro, os grandes bailes de confraternização da corte Londrina. 



É nesse contexto que surge um novo jornal de fofocas, o Crônicas de Lady Whistledown que retrata as maiores curiosidades e escândalos da sociedade, rapidamente se popularizando na casa das grandes famílias britânicas, incluindo a casa Bridgerton, uma tradicional família que está passando pelas aventuras da primeira temporada social de sua filha Daphne.



Daphne logo se vê como uma das queridinhas da temporada de casamentos, mas alguns acontecimentos interferem em seus planos de encontrar um marido adequado. Por conta disso, seu caminho acaba cruzando com o recém-chegado Duque de Hastings, Simon Basset, um charmoso rapaz que retornou à cidade após a morte de seu pai para cuidar de negócios. Sem saber das tradições da sociedade, Simon se vê inserido numa teia de mães casamenteiras e planejando manter distância desse grande perigo, Simon desenvolve um plano com ajuda de Daphne que irá impactar o futuro dos dois.



A série é uma obra de arte desenvolvida pela Shondaland, sob os cuidados do produtor Chris Van Dusen que busca retratar, nos mínimos detalhes, as principais características estéticas, sociais e culturais do período. Podemos ver essa dedicação na construção dos figurinos – que são impecavelmente detalhados –, cenários, planos de filmagem e trilha sonora que levam o espectador a uma verdadeira experiência no século XIX.



Entre as atuações, podemos destacar Phoebe Dynevor como Daphne, interpretando uma personagem gentil, delicada e totalmente apaixonada pela família, que busca por alguém para compartilhar a vida, em contraste com Rege Jean na pele de Simon, que carrega toda a dor e frustração de um jovem rejeitado pela própria família.



A série é composta por oito episódios com duração de cerca de 50 minutos e diversas cenas gravadas em casas, palácios e grandes pontos turísticos londrinos como os Jardins do Vauxhall e o Hyde Park, que mostram a riqueza e elegância do período que marcou fortemente a história inglesa.



A narrativa se passa durante uma temporada de eventos sociais londrinos, que normalmente acontecia entre outubro a junho do ano seguinte, época que coincidia com as convocações para participação no parlamento inglês. Dessa forma, os lordes e suas famílias se mudavam das residências no Campo para as grandes mansões em Londres.



O tema principal desta primeira temporada, além das novidades jornalísticas e expectativas casamenteiras, está a constante oposição entre verdade e mentira que são retratados em diversas situações e vai de encontro com os valores e integridade do período e a adequação dos personagens a posição ocupada por eles na sociedade.



Como antecipado por entrevistas e divulgações, a série apresenta um elenco “Colour-Blind” (cego para cor) focando em uma equipe igualitária e na qualidade e trabalho de atuação ao invés da cor da pele. Essa estratégia possibilita uma diversificação de atores presentes na série e a abordagem de temas menosprezados em produções cinematográficas, como a desigualdade e defesa de causas das minorias.



A série me surpreendeu positivamente, pois - apesar de ser baseada em um livro, o Duque e Eu de Julia Quinn - não foge totalmente de sua narrativa original, mantendo sua essência ao mesmo tempo que disponibiliza total liberdade aos roteirista e atores - o que na verdade tem mais a contribuir do que a desmerecer a obra.


A segunda temporada - inicialmente já especulada nas redes sociais -  promete contar a história de outros personagens da família Bridgerton, apresentados neste primeiro vislumbre da série.


Nota ⭐⭐⭐⭐ 4.5/5




Postagem Anterior Próxima Postagem