8º Panorama Digital do Cinema Suíço acontece pela primeira vez em versão on-line


O Panorama Digital do Cinema Suíço chega à sua 8ª edição, a primeira on-line, com muitas novidades em 2020. De 27 de agosto a 6 de setembro, o evento, que busca aproximar brasileiros da produção cinematográfica suíça, apresenta 14 filmes e dois programas de curtas, que serão exibidos gratuitamente na plataforma Sesc Digital. O festival é uma realização do Consulado da Suíça em São Paulo e do Sesc São Paulo, em parceria com a agência de cinema SWISS FILMS.
 
O festival precisou se adaptar para ocorrer em meio à pandemia. Os organizadores viram no formato on-line uma oportunidade de aumentar seu alcance. “Já que não temos uma barreira geográfica, com a exibição via plataforma Sesc Digital, podemos atingir todo o Brasil e cumprir com a missão do Panorama, que é difundir a produção cinematográfica suíça aqui no País”, explica Célia Gambini, adida cultural, do Consulado-geral da Suíça em São Paulo e cocuradora do evento ao lado de Cecília de Nichile (assistente de Cinema do Sesc São Paulo) e Monika Füger (adida cultural do Consulado-Geral da Suíça no Rio de Janeiro).
 
Na lista de filmes exibidos, títulos lançados entre 1969 e 2020 que se dividem entre documentários e ficções.  Na programação nove ficções: “Praça Needle Baby” (Platzspitzbaby - 2020) de Pierre Monnard, “Temporada de Caça” (Jagdzeit - 2020), de Sabine Boss, "Bruno Manser - A Voz da Floresta" (Bruno Manser - Die Stimme des Regenwaldes - 2019), de Niklaus Hilber, “Aqueles que Trabalham” (Ceux qui Travaillent - 2018), de Antoine Russbach, “No Meio do Horizonte” (Le Milieu de l’horizon - 2019), de Delphine Lehericey, ”O Vento Muda” (Le Vent Tourne - 2018), de Bettina Oberli, além dos clássicos de Alain Tanner "Charles Morto ou Vivo" (Charles mort ou vif - 1969) e "A Cidade Branca" (Dans la Ville Blanche - 1983), e “O Fim do Mundo” (2019), de Basil da Cunha, diretor suíço-português.
 
Já a lista de documentários conta com cinco obras: “Meu Primo Inglês” (Mon cousin anglais - 2019), de Karim Sayad, que esteve no Brasil na última edição do Panorama para apresentar "Sobre Ovelhas e Homens”, “Um Perfume de Liberdade” (Ein Durft von Freiheit- 2020), de Ruedi Leuthold e Beat Bier, ”Madame” (2019), de Stéphane Riethauser, “Contradizer” (Contradict - 2019), de Peter Guyer e Thomas Burkhalter e  “A Jornada” (Immer & Ewig - 2018), de Fanny Bräuning.
 
Além disso, o festival traz 10 curtas divididos em dois programas, sendo um deles inteiramente dedicado ao público infantil.
 
Homenagem Alain Tanner e Bruno Ganz

Este ano o Panorama homenageia o cineasta Alain Tanner, um dos mais importantes nomes do cinema moderno europeu que renovou a cinematografia suíça nos anos 1960. Contemporâneo dos grandes movimentos de rejuvenescimento do cinema, como o free cinema inglês e a nouvelle vague francesa, Tanner fundou, ao lado de Claude Goretta, Michel Soutter, Jean-Louis Roy e Jean-Jacques Lagrange, o Groupe 5, uma associação que tinha o objetivo de desenvolver a produção cinematográfica da Suíça.
 
Em 1969, estreou "Charles Morto ou Vivo", vencedor do Leopardo de Ouro no Festival de Locarno, o longa-metragem que, ao lado de outros títulos, como Haschich (1968), de Michel Soutter, colocou a Suíça no mapa do cinema mundial, onda que a crítica da época batizou de “novo cinema suíço”.
 
Em 1983, lançou "A Cidade Branca", que participou de importantes Festivais de cinema internacional como os Festivais de Cannes, Berlim, Locarno, entre outros, e faturou o Prêmio César de Melhor Filme Francófono, o Óscar do cinema francês. No longa, filmado em Lisboa, Bruno Ganz interpreta o marinheiro Paul e contracena com a atriz portuguesa Teresa Madruga.
 
Já o ator suíço Bruno Ganz, que faleceu em 2019, será o outro homenageado nesta edição. Ganz trabalhou com grandes cineastas de diferentes nacionalidades, como o alemão Werner Herzog, o francês Éric Rohmer e o americano Francis Ford Coppola, além do próprio Alain Tanner, que aliás dizia que nunca poderia ter feito o longa “A Cidade Branca” se ele recusasse o papel. Uma das personagens mais memoráveis de Ganz foi como o anjo Daniel, no clássico “Asas do desejo” (1987), do alemão Wim Wenders. Já aqui no Brasil, Bruno Ganz é lembrado pela sua atuação como Adolf Hitler no longa "A Queda", de Oliver Hirschbiegel (2004).
 
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