Com Débora Falabella e Gustavo Vaz " Se Eu Estivesse Aí" já tem novos episódior no ar


No roteiro escrito por Gustavo Vaz, um casal recém separado e isolado pela pandemia global do COVID-19 tenta resolver o possível final da relação através da troca de áudios pela internet. A imaginação dos personagens transforma cada mensagem sonora na sensação de presença de quem está distante, num encontro impossível com o outro que não está ali. 

A partir da pesquisa iniciada em 2012 pela ExCompanhia de Teatro (integrada por Gustavo Vaz, Bernardo Galegale e Gabriel Spinosa), Débora e Gustavo estão criando, produzindo, gravando e editando a série dentro do apartamento onde passam a quarentena. “Esta situação de isolamento social trouxe a necessidade de continuar criando como artista, já que seremos os últimos a poder voltar a trabalhar. Quando o mundo está muito revirado como agora, acontecendo coisas tão difíceis e ruins, precisamos de um pouco de arte como respiro, tanto nós que criamos, como as pessoas que consomem arte. 

Essa websérie surgiu como uma necessidade de continuar em movimento, fazendo o que a gente acredita. Minha casa então se tornou sala de criação, ensaio, edição, e locação, o que dá muito trabalho, já que temos as limitações do espaço. Ao mesmo tempo, a gente acaba mostrando um pouco das nossas intimidades, o que não é fácil, mas é a opção que a gente tem. Tentamos modificar a casa como pudemos, buscamos gravar em horários que não atrapalhasse a rotina de todos aqui, mas por outro lado é uma experiência, um lugar que a gente conhece muito e que, de repente, quando a gente começa a filmar, descobre outras características.”, comenta Débora

A websérie conta com 10 episódios, sendo 5 na perspectiva em vídeo do personagem ELE e 5 na perspectiva em vídeo da personagem ELA. No projeto, os personagens conversam entre si a cada dois episódios, como se um sempre respondesse ao outro. No roteiro, o público que ouve a cena em primeira pessoa está sempre no lugar do personagem que escuta o outro, fazendo com que os participantes vivenciem um importante movimento de empatia e uma profunda sensação de experiência de encontro, ambos fundamentais nos tempos atuais.

Para Gustavo Vaz “o projeto é feito para causar a sensação do encontro durante o isolamento social e colocar público em primeira pessoa potencializa essa sensação. Estamos carentes do toque, do olhar do outro,  e neste trabalho buscamos usar a tecnologia como a ponte para a aproximação, para a sensação de se estar junto, mesmo a partir de uma história de separação.” Coincidentemente, o uso da tecnologia como aliada do teatro e a interdisciplinaridade para a criação de uma obra artística já é um caminho que vem sendo trilhado pela ExCompanhia de teatro, da qual Gustavo é um dos criadores e diretores, além de dramaturgo. 

O grupo sempre enxergou o teatro como lugar para a experimentação, usando, junto às suas criações, conceitos do cinema, performance, áudio dramaturgia, instalação, internet e redes sociais, às vezes, tudo junto. ”O fato de uma companhia de arte ou de teatro, que experimenta linguagens e cria novos formatos há oito anos, entrar em uma plataforma acessada por milhões de pessoas como o Gshow, significa reafirmar que o trabalho experimental tem grande valor, interesse e função também junto ao grande público”, completa Vaz.

A criação, produção, roteirização, atuação, edição, mixagem, finalização e as demais etapas na construção da websérie são realizadas exclusivamente pelo casal de artistas, que, no momento, encontra-se confinado na mesma casa, além da participação remota do produtor de som, artista transmídia, locutor, músico e ator Gabriel Spinosa, parceiro do projeto.
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