Ivan Parente disponibiliza primeiro CD solo em plataformas digitais


Conhecido por sua pluralidade artística, o paulistano Ivan Parente vem colecionando muitos marcos em sua carreira ao transitar por diferentes áreas nos últimos 20 anos. Triatleta dos palcos, como são chamados os profissionais de teatro musical que  dominam muitas habilidades, o que nem todo mundo sabe é que sua relação com a música veio antes da consagrada atuação, e foi especialmente eternizada há 10 anos, no CD ‘Isto Não é uma Declaração de Amor’, que agora pode ser ouvido nas plataformas digitais.

Reunindo 13 anos de composições, desde as primeiras escritas, em 1985, a seleção das 12 faixas escolhidas para compor o disco de ‘eletric-bossa-n-roll’, cujo a negativa do título se aplica ao que não se limita, considerando as muitas formas de declaração que podem ser ouvidas, o repertório reflete sobre diferentes momentos, felizes e tristes, e flerta com o lado bom da esperança e dos recomeços, que sempre ajudam nas cicatrizes.

“São todas declarações de amor. Sinto que mesmo as canções que falam de términos podem ser consideradas assim. O amor é um sentimento mutável e pode ser demonstrado de várias formas. A dor do artista pode conter metáforas que contam histórias de muitas pessoas, e assim acontece também quando a composição é feliz. Foram muitas letras e músicas compostas sozinho ou com parceiros incríveis, composições que partiam de filmes que assistia e de canções que me inspiravam, somadas às minhas experiências, pensamentos, medos, amores e decepções. Músicas que escrevi ou que me foram apresentadas, mas que contavam sobre um período que o amor e a dor estavam ligados, e deixaram um rastro saudoso de muito aprendizado”, conta.

Para tirar literalmente os sentimentos do papel e ver o sonho ganhar forma, com direito a capa e contracapa, Ivan contou com a parceria do músico e arranjador Charles Dalla, produtor e programador do CD que começou a ser concebido em 2008, mas foi finalizado apenas dois anos depois. Sem tempo para o devido lançamento, em função da agenda de musicais que já mantinham o cantor ocupado, foram necessários muitos encontros com personagens até que Ivan conseguisse se reencontrar com a própria obra engavetada.

Emendando importantes trabalhos em grandes produções musicais, como ‘Les Misérables’, ‘Godspell’, ‘Alô, Dolly!’, ‘A Madrinha Embriagada’, ‘O Homem de La Mancha’ e mais recentemente ‘Silvio Santos Vem Aí’, o artista se deparou com a pausa forçada em função do isolamento social, preventivo ao COVID-19, e enxergou nela a oportunidade de dar uma sobrevida ao projeto antigo, seu primeiro registro como cantor solo antes do teatro torná-lo conhecido.

Ponto alto de uma fase repleta de musicalidade, Ivan traz ainda nesta bagagem, além do CD, participações em programas de TV, como o show de variedades ‘Safenados e Safadinhos’, apresentado por Fausto Silva, a participação na banda ‘Madalenna 19’, ao lado de Fernando Anitelli e Daniel Souza, com quem anos depois dividiria a poesia do grupo ‘O Teatro Mágico’, e a banda ‘Beltane’, com Jarbas Homem de Mello e Diogo Poças. Agora, ele resgata as memórias e reacende os sentimentos que o reconectam às suas heranças musicais, com mensagens que, em tempos difíceis, se fazem atemporais.

“Quero que todos conheçam essa minha outra faceta artística. O começo da minha carreira foi a música e eu sempre guardei essas canções meio que de propósito, pois não me sentia à vontade de me declarar. Senti que com essa quarentena, precisamos ser mais autênticos e não ter medo de ser julgado ou criticado. A vida tem que ser mais simples. O mundo está pedindo por isso. Complicamos demais os nossos desejos. Quero que as pessoas sintam que essas músicas também são delas. De histórias delas. Senti que era hora de declarar, pois não se trata apenas de ‘uma’ declaração de amor, são várias”.
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