Premiado longa marroquino estreia em 14 de novembro


A história de duas mulheres presas em seus próprios destinos, que buscam refúgio em fuga e negação, norteiam o filme Adam. Esse é o primeiro longa dirigido por Maryam Touzani, que também é autora do roteiro que originou a obra. 

Indicado pelo Marrocos para concorrer a uma vaga ao Oscar® de melhor filme internacional, Adam foi exibido no Festival de Cannes deste ano. O filme conta a trajetória do encontro de Samia (Nisrin Erradi), uma jovem grávida, com Abla (Lubna Azabal), viúva que é dona de uma padaria em Casablanca, onde mora com Warda (Douae Belkhaouda), sua filha de oito anos. 

Abla vê Samia dormindo na rua e, depois de lutar contra sua consciência, a mulher se irrita e diz a Samia que ela pode ficar em sua casa por algumas noites. A presença de Warda diminui a tensão entre as duas, mas Abla raramente relaxa. Ela recusa a ajuda de Samia, que insiste em ser útil, até a recém-chegada ganhar sua confiança cozinhando um prato típico e de difícil execução.

O filme nasceu de um encontro real da diretora. “Eu conheci uma jovem que me inspirou para o personagem de Samia. Ela desembarcou em Tânger, fugindo de sua família depois de engravidar e depois foi deixada pelo homem que prometera se casar com ela. Por medo e vergonha, ela não contou a nenhum de seus amigos e parentes e escondeu sua gravidez por meses. Longe de casa, ela esperava dar à luz seu filho em segredo e doá-lo antes de retornar à sua aldeia. Meus pais a acolheram quando ela apareceu na porta de casa, embora nem a conhecessem. Sua estadia se transformou em várias semanas, até o nascimento do filho. Samia era gentil, introvertida; ela amava a vida. Eu vi a dor dela. Vi sua disposição alegre também. E, acima de tudo, vi como ela estava arrasada com essa criança por sentir que não tinha escolha a não ser a abandonar para continuar com a sua vida.”


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