Documentário PARTIDA, de Caco Ciocler, faz sua estreia nacional, às 21 horas, no CINESESC


PARTIDA, documentário dirigido por Caco Ciocler, faz sua estreia nacional no dia 19 de outubro, às 21 horas, no CINESESC, na 43 º Mostra Internacional de São Paulo, com a presença do elenco e equipe. O filme tem a produção de Beto Amaral e Caco Ciocler, com a produtora Cisma Produções (Vazante, O Banquete, Insolação) e coprodução da Zumbi Post.


Esta é a segunda direção de Caco Ciocler que fez sua estreia como diretor com o documentário Esse Viver Ninguém Me Tira, com a história de Aracy Moebius de Carvalho, mulher de Guimarães Rosa, que ajudou muitos judeus a emigrarem para o Brasil. Este longa foi selecionado para o Festival de Gramado e participou da Mostra Competitiva do Festival do Rio em 2014.

No documentário PARTIDA, diante do resultado da última eleição no Brasil, a atriz Georgette Fadel decide se candidatar à presidência da República em 2022. E para se reencontrar com anseios políticos que pareciam agora impossíveis, embarca de ônibus numa viagem ao Uruguai na utópica tentativa de passar o Réveillon nos braços do ex presidente Pepe Mujica, sua maior referência política viva. Mas não parte sozinha. Ainda nos primeiros minutos, esbarra em Léo, um empresário rico, com posições políticas polêmicas que o tornará de cara seu antagonista e, quem diria, o maior parceiro na jornada. As irreconciliáveis brigas de sempre entre a esquerda e a direita que dividiram amigos, famílias e o país em 2018, darão lugar à paisagem caminhante. Na companhia de outros viajantes e de um grande amor, uma surpresa comum dará sentido à Partida.

“No réveillon do ano passado tive esta ideia. Sempre admirei o Mujica e a lenda de que morava num sitio e recebia as pessoas que chegavam lá. Estava fazendo uma peça junto com a Georgette e ela comentou num ensaio que queria se candidatar à presidência. Tudo fez sentido. Falei para ela, você vai ser minha companheira de viagem. ” Declara Caco. “Esse desejo foi crescendo e a gente cogitou a possibilidade de aproveitar para fazer disso um filme", complementa.

A ideia repentina foi tomando corpo e junto com ele as justificativas todas foram fazendo sentido para a equipe e para o diretor: o fato de passar a virada do ano fora do país, durante a posse do novo presidente, a Georgette candidata por um partido formado só por mulheres chamado Partida. “Era final de 2018, momento de muita expectativa, muito medo, tínhamos um país realmente dividido, um país partido. O filme nasce neste momento e tinha muita curiosidade em propor alguma comunicação desses dois mundos, quis promover o encontro, saber o que aconteceria quando os discursos intermináveis e sem escuta se esgotassem, qual seria o caminho possível para alguma conciliação e no filme ela vem pelo afeto”, explica o diretor, que também é um dos personagens.

A questão feminista também está presente no documentário. “Eu fui percebendo o quanto PARTIDA era feminista durante o percurso. A protagonista que faz parte de um partido feminista, duas câmeras mulheres, uma delas levando a filha, abriu a questão da maternidade junto com o trabalho, por exemplo. Toda a dinâmica de filmagem fiz questão que acontecesse fora da lógica vertical do patriarcado. Conclui Caco.

“Estrear na Mostra é incrível, apesar de ser meu segundo filme, sou um iniciante na direção no audiovisual, e ele entrou numa competição. É filme de resistência com uma lógica horizontal, colaborativa, urgente, feito em seis dias. Um Grito diante daquele momento. 12 caras ali embarcados nesta utopia de encontrar o Mujica, na utopia de fazer um filme. Saímos sem saber se o encontro seria possível, se um filme seria possível! Mas Achamos melhor fazer alguma coisa diante daquele momento, fazer arte, ao invés de não fazer nada”
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