“Pippin” revolucionou a Broadway na época de sua estreia, em 1972. Com uma estrutura ousada e a aposta na metalinguagem, o musical arrebatou cinco Tony Awards ao contar a fábula do príncipe Pippin, o herdeiro do trono do rei Carlos Magno, que segue uma atribulada jornada existencial em busca do sentido da vida. Contada por uma trupe teatral, a saga é conduzida por uma mestra de cerimônias e pela música de Stephen Schwartz, autor de “Godspell” (1971), “Wicked” (2003) e vencedor de prêmios como Oscar, Grammy e Globo de Ouro. Após temporada de sucesso no Rio de Janeiro, onde levou mais de 20 mil pessoas à plateia do Teatro Clara Nunes, o musical desembarca em São Paulo novamente pelas mãos de Charles Möeller & Claudio Botelho, que assinam juntos o seu 43º espetáculo. Com estreia em 19 de julho no Teatro FAAP, o espetáculo, apresentado pelo Ministério da Cidadania e Circuito Cultural Bradesco Seguros, terá em cena grande elenco liderado por Totia Meireles.
“Este é um musical com muito mais substância e camadas do que se imagina. ‘Pippin’ é uma comédia cínica, que traz um protagonista absolutamente moderno, cheio de dúvidas e questionamentos, com um vazio existencial que jamais será preenchido. É um dos motivos pelo qual é chamado de ‘Hamlet’ dos musicais. Ele rejeita antigos clichês e quebra algumas tradições do gênero. Como se não bastasse, ele retoma essa ideia do ‘teatro dentro do teatro’ e traz um grupo teatral e a figura da mestra de cerimônias para contar a história”, conta Charles Möeller, que adquiriu os direitos do espetáculo com Claudio Botelho após o revival da peça na Broadway em 2013.
Foram necessários quase cinco anos para produzir o espetáculo, que envolve um número grande de atores e músicos em cena. Assim como na temporada carioca, Möeller & Botelho terão total liberdade de criação, mantendo em cena o clima de magia que envolve a obra original, a começar pelo número inicial, o clássico “Magic To Do”. “O musical fala muito sobre a decisão entre enfrentar um mundo real ou permanecer em um mundo de aparências ou de magia, como o que é mostrado em cima de um palco. É um tema muito atual, em um mundo de redes sociais e realidades falseadas”, analisa Möeller.
Além de toda a sua arrojada dramaturgia, “Pippin” tem ainda uma das mais complexas partituras coreográficas do teatro musical contemporâneo. Dirigido e coreografado originalmente pelo ícone Bob Fosse (1927-1987), o espetáculo conta agora com o coreógrafo Alonso Barros, especialista no estilo de Fosse, responsável por criar toda uma cartilha própria que virou referência em uma série de musicais produzidos nas últimas décadas. Möeller & Botelho convocaram para a ficha técnica novos e antigos colaboradores, como o cenógrafo Rogério Falcão (com mais de vinte projetos idealizados para a dupla), o iluminador Rogério Wiltgen (“Rocky Horror Show”), a figurinista Luciana Buarque (“Os Saltimbancos Trapalhões”) e o diretor musical Jules Vandystadt (“Beatles Num Céu de Diamantes”). Parceira da dupla desde 2003, Tina Salles assina, mais uma vez, a Coordenação Artística.
Uma Trajetória Extraordinária - “Pippin” estreou em outubro de 1972 no Imperial Theatre, em Nova York. Stephen Schwartz vinha de um sucesso no off-Broadway (“Godspell”) e a partir daí se tornou um requisitado compositor, com trabalhos no cinema que lhe renderam três Oscars por conta de “Pocahontas” (1995) e “O Príncipe do Egito” (1998). Em 2003, ele retornou ao teatro, assinando letra e música de “Wicked”, musical responsável por quebrar recordes de bilheteria ao redor do mundo em diversas montagens.
A encenação original de “Pippin” teve onze indicações ao Tony e levou cinco prêmios: Melhor Ator, Cenografia, Iluminação, e Bob Fosse ganhou os de Melhor Direção e Melhor Coreografia. Em 2013, uma remontagem da American Repertory Theatre dirigida por Diane Paulus chegou à Broadway com imenso sucesso, ficou em cartaz por quase dois anos e arrebatou quatro prêmios Tony. Consagrado por Bem Vereen em 1972, o papel do mestre de cerimônias foi vivido por uma mulher (Marília Pêra e Suely Franco, que a substituiu posteriormente) pela primeira vez na montagem brasileira. Tal fato só se repetiu com a versão de 2013, protagonizada por Patina Miller. Foi a única vez na história do Tony Awards em que o mesmo personagem rendeu o prêmio principal a dois atores diferentes.
Sinopse: Liderada pela mestra de cerimônias (Totia Meireles), uma trupe convida a plateia a mergulhar na magia do teatro e conhecer a fábula do príncipe Pippin, filho do rei Carlos Magno. Em busca de autoconhecimento e de um sentido para a sua vida, ele enfrenta batalhas, experimenta o poder, a simplicidade e o amor.
Elenco: Totia Meireles, João Felipe Saldanha, Mira Haar, Fernando Patau, Mariana Gallindo, Thiago Machado, Bel Lima, Andreza Medeiros, Giu Mallen, Gustavo Della, Pedro Burgarelli, Pedro Sousa, Renato Bellini, Sandro Conte e Vanessa Costa.
SERVIÇO
Teatro FAAP - Higienópolis, SP
Temporada: 19 julho a 18 agosto 2019
Sextas-feiras, às 21h / Sábados, às 17h e às 21h / Domingos, às 15h e às 19h
Ingressos: de R$ 75,00 a R$ 120,00
Duração: 120 minutos
Classificação indicativa: 12 anos