Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem (2015) em quatro categorias (Melhor Espetáculo Infantil, Melhor Ator para Ronaldo Aguiar, Melhor Iluminação para Wagner Freire e Melhor Direção para Carla Candiotto), Simbad, o Navegante reestreia dia 11 de maio, sábado, 17h30 no Teatro Alfa. A peça é o quarto trabalho para crianças da Cia. Circo Mínimo.
Trata-se de uma adaptação do clássico As Mil e Uma Noites, que reúne contos árabes como Ali Babá e os Quarenta Ladrões e Aladim e a Lâmpada Maravilhosa. Simbad, O Navegante foi o espetáculo mais premiado de 2015 em São Paulo, tendo sido eleito o Melhor Espetáculo do ano segundo o jornal O Estado de São Paulo e segundo melhor espetáculo segundo o Jornal Folha de São Paulo. Único espetáculo brasileiro selecionado para participar do IPAY–International Performing Artsfor Youth, nos EUA.
No palco estão o ator-fundador do Circo Mínimo, Rodrigo Matheus (que também assina a dramaturgia da peça) e Ronaldo Aguiar – palhaço, bailarino e acrobata aéreo convidado. Quem assina a montagem é a premiada Carla Candiotto, atriz, diretora, autora e produtora teatral, que com Simbad, Canção dos Direitos da Criança e Cinderela Lá Lá Lá ganhou o Prêmio Governador do Estado para a Cultura 2015 na categoria Arte para Crianças.
Com o cenário todo estruturado em bambus, eles encenam as sete viagens do aventureiro Simbad. Juntos, eles manipulam estruturas de bambu que dão suporte para as acrobacias e ajudam a transformá-las em barcos, baleias, ilhas e pássaros gigantescos para narrar as viagens do marujo.
Tal qual a rainha Sherazade, que contou belíssimas histórias para o rei Xariar durante mil e uma noites, dois palhaços contadores de histórias compartilham com o público as aventuras do marujo Simbad, aventureiro que desbravou os mares em busca de riquezas e desafios. A lenda já teve adaptações para o teatro, cinema (em formato de animação e live-action) e quadrinhos.
Para adaptar a famosa história do marujo Simbad, foi utilizada a versão de Mamede Mustafa Jarouche, pesquisador, tradutor e professor universitário da USP, que fez a primeira tradução direta do clássico árabe Mil e Uma Noites para o português. Em sua recriação, o Circo Mínimo manteve o arquétipo peculiar de Simbad. “Ele tem uma paixão pelo desconhecido e não consegue ficar quieto. Simbad está em um lugar e, quando o dinheiro acaba ou quando está entediado, já vai para outro”, conta Rodrigo.
Nos contos originais, Simbad é dividido por duas facetas que representam a dualidade do ser humano. Nesta adaptação, os dois personagens são palhaços contadores de histórias que pretendem encenar as aventuras vividas por ele. O personagem de Rodrigo Matheus é o tipo mais inteligente e astuto, sempre disposto a ludibriar a sua dupla. Ele quer interpretar Simbad o tempo inteiro e engana o parceiro para que ele nunca tenha a oportunidade de assumir esse papel. Assim, o palhaço feito por Ronaldo Aguiar fica com a representação das bestas, selvagens e da esposa do marujo, mesmo sempre sonhando em ser o herói, motivação que o move durante o espetáculo.
A diretora Carla Candiotto destaca a facilidade em trabalhar com dois artistas que disponibilizaram desde o início as habilidades circenses e cênicas de seus corpos à criação do espetáculo, que teve três meses de ensaios intensivos antes de ser concluído. “O trabalho principal foi equalizar os tipos de atuação dos dois. Rodrigo tem um perfil mais intenso e aventureiro, já o Ronaldo é mais estourado e histriônico. O que priorizamos é a relação forte que há entre eles. Por mais que o personagem do Rodrigo se sobreponha em alguns momentos ao do Ronaldo, centramos o tempo inteiro que um não existe sem o outro.”
Além da presença cênica dos atores, o cenário chama a atenção pelos bambus. Há uma estrutura piramidal com 4m de altura baseada nas criações de Marcelo Rio Branco, que desde 1999 preside o Sistema Integral Bambu, projeto que trabalha o seu uso desde as concepções corpóreas, como o trabalho de ergonomia e equilíbrio; as psíquicas, como a simbologia da planta; e sociais, como econômica, estética e plástica. “Conheci o trabalho do Marcelo por meio do grupo Nós no Bambu, de Brasília”, conta Rodrigo a respeito da inspiração para Simbad, o Navegante.
A equipe brasiliense é caracterizada pela criação de espetáculos de danças acrobáticas sobre esculturas artesanais da planta.
A partir de uma residência de três dias que Rodrigo fez com Marcelo Rio Branco, o ator aprendeu a escolher, cortar, limpar, manusear e compreender como o bambu se comporta. Os conhecimentos adquiridos pelo artista são a base da encenação de Simbad, o Navegante. Sob a manipulação dos artistas, os bambus que repousam em uma carroça se tornam barcos, baleias, armas, pássaros e serpentes. O desafio cenográfico da diretora foi o de mesclar a sua linguagem autoral a um cenário já concebido. Segundo ela, a simplicidade do espetáculo proporciona uma liberdade de criação grande. “O legal é que o público cria a peça.
Nós somos apenas provocadores da criatividade dele. As crianças vão enlouquecer com tudo que é mostrado no palco pelos artistas”, conclui.
Serviço
Espetáculo infantil Simbad, O Navegante. Estreia dia 11 de maio, sábado e domingo, às 17h30, na Sala B do Teatro Alfa. Tel. (011) 5693-4000. Capacidade: 204 lugares.
Temporada: De 11 de Maio a 30 de Junho. Duração: 60 minutos. Classificação: Livre. Recomendado para crianças a partir de 5 anos.
Ingressos: R$ 40,00 (inteira para adultos) e R$ 20,00 (meia para crianças, estudantes e maiores de 60 anos).
Teatro Alfa – Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. (11) 5693-4000. Site: www.teatroalfa.com.br Ingresso rápido ou pelos telefones: 11 5693-4000 | 0300 789-3377.