“É através do tato, usando os dedos e as mãos, que os cegos começam a perceber o mundo...”, explica Dorinha, personagem inspirada em Dorina de Gouvêa Nowill, à Mônica e Cebolinha – também criações clássicas de Mauricio de Sousa. A mais famosa turma brasileira das HQs invade a inédita publicação Como Dorinha vê o mundo, que será distribuída gratuitamente para 500 escolas da rede municipal de ensino, de São Paulo. A iniciativa da Fundação Dorina Nowill para Cegos conta com a importante parceria do Instituto Mauricio de Sousa, na criação conjunta da obra, e do Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (FUMCAD), que viabiliza a produção dos 3 mil exemplares da primeira edição do livro impresso em braille e fonte ampliada. Em suas 24 páginas, até os clássicos traços e ilustrações de Mauricio de Sousa são acessíveis, claro.
De forma lúdica e criativa, Como Dorinha vê o mundo faz parte da “Série Dorina” e apresenta a realidade das pessoas com deficiência visual, o sistema braille e outros instrumentos que possibilitam a democratização da cultura e da brincadeira. O formato da versão impressa também promove a literatura inclusiva entre crianças e jovens cegos, com baixa visão e videntes. “Todos os alunos podem ler o livro. E os professores e educadores também. Isso é inclusão. Esse é o legado de Dorina de Gouvêa Nowill, nossa fundadora que, neste mês de maio, completaria 100 anos e há mais de 70 anos foi pioneira na luta por um mundo mais acessível e uma sociedade mais inclusiva”, comemora Alexandre Munck, superintendente da Fundação Dorina Nowill para Cegos.