De graça e sobre o SOM - Centro Cultural Fiesp inaugura exposição SOLFEJO, de Felippe Moraes, dia 3 de abril.


Redes de deitar que badalam sinos; camas com tubos que emitem sons harmônicos; um neon com um verso da música Divino Maravilhoso, de Caetano Veloso, e um cheiro de alecrim que remete à canção Tanto Mar, de Chico Buarque, integram a exposição Solfejo, que estreia no Espaço de Exposições do Centro Cultural Fiesp no dia 3 de abril. Trata-se de uma reunião de 29 peças, entre obras e instalações de Felippe Moraes, sendo 13 delas inéditas e criadas especialmente para a mostra. O público pode conferir as obras gratuitamente até o dia 30 de junho.

A nova mostra de Moraes, artista que atualmente reside em Portugal, onde faz doutorado pela Universidade de Coimbra, exibe um recorte de sua produção artística, que lida com noções de som e música. Formada por obras inéditas e outras já consagradas em seu repertório, a exposição apresenta trabalhos de grande porte, com estruturas de aço e processos técnicos, como afinação acústica e construções especializadas. O nome Solfejo é uma referência à escala tonal, representada pela partitura, as imagens que possibilitam ao estudante“ler” a música que será executada – proposta que coincide com os objetivos de Felippe Moraes. “Os trabalhos são dispositivos para mostrar coisas que acontecem, mas não são vistas”, explica.

O artista, que também assina a expografia, cenografia e design gráfico da mostra, trabalha com diversos materiais dependendo da necessidade poética de cada projeto. “Domino as ferramentas digitais e executo as obras em seguida, ou as terceirizo, como no caso das peças inéditas de Solfejo”, adianta.A pluralidade de materiais e recursos usados nas obras faz com que Solfejo proponha o máximo de experiências sensoriais com obras imersivas, como Intervalo Harmônico, formada por camas com tubos sonoros nas laterais que emitem pares de notas musicais harmônicas entre si; e Composição Aleatória, uma sequência de oito redes de descanso que, ao serem movimentadas, acionam o som de um sino – obra que reforça a importância do indivíduo num contexto de coletividade e permite a composição de uma música em grupo.

A instalação olfativa Tanto Mar permite que o visitante sinta uma essência de alecrim por todo o espaço expositivo. Título homônimo ao da música composta por Chico Buarque, em 1975,faz referência ao trecho específico “manda urgentemente algum cheirinho de alecrim”. A canção faz menção à Revolução dos Cravos, que aconteceu em Portugal no mesmo período em que o Brasil passava pela ditadura militar.


Já a série Desenho Sonoro, criada em 2014, registra o efeito causado pela vibração de diferentes sons sobre uma placa de metal com areia. Os padrões foram captados pelo próprio artista em uma série de fotografias em grande escala. Com tamanhos e suportes acessíveis a pessoas de todas as estaturas, como camas, redes e tubos mais baixos, a mostra também pode ser aproveitada/acessada por crianças. Moraes reforça que a ideia de usar elementos lúdicos desperta a criança que está dentro dos adultos. "É neste sentido que a exposição dialoga também com o público infanto-juvenil." A programação ainda conta com oficinas, visita guiada com o artista e debate ao longo do período expositivo. As informações sobre essas atividades serão divulgadas em breve, no site do Centro Cultural Fiesp (www.centroculturalfiesp.com.br).

Serviço

Exposição Solfejo

Período: 3 de abril a 30 de junho
Horários: terça a sábado, das 10h às 22, e domingos, das 10h às 20h
Local: Espaços de Exposições do Centro Cultural Fiesp (av. Paulista, 1313 – em frente à estação Trianon-Masp do Metrô)
Classificação indicativa: livre
Agendamentos escolares e de grupos:ccfagendamentos@sesisp.org.br
Grátis. Mais informações em www.centroculturalfiesp.com.br
Postagem Anterior Próxima Postagem