Wicked | Oz voltara aos palcos para nova turne no Rio de Janeiro.


A união das duas empresas representa a soma de experiências distintas, mas que se completam. “Enquanto somos especializados em produções que têm nossa assinatura, ou seja, não são réplicas dos originais americanos ou ingleses, a T4F firmou-se ao montar musicais grandiosos que reproduzem em detalhes espetáculos da Broadway e West End londrino”, comenta Möeller que, ao lado de Botelho, já produziu 43 projetos desde os anos 1990, entre eles, clássicos como Hair, Company, O Mágico de Oz e A Noviça Rebelde.

Já a T4F fincou o marco zero da nova fase da Broadway no Brasil em 2001, com a estreia de Les Misérables, seguida de outros sucessos como A Bela e a Fera, Chicago e O Fantasma da Ópera, cuja nova versão está em cartaz e deverá continuar ao longo de 2019.

“No começo, praticamente tudo vinha do exterior (cenários e equipe criativa), pois não tínhamos ainda tantos técnicos especializados, como hoje”, relembra Alterio, que brinca: “Até mesmo o elenco era quase catado na rua, de tão pequena que era a quantidade de profissionais realmente capacitados.” Assim, ao longo desses 17 anos, a empresa se especializou nas réplicas, utilizando o conhecimento que vinha com os estrangeiros para fomentar a formação de profissionais brasileiros, como os produtores Renata Alvim e José Vinicius Toro, que hoje cuidam do essencial toque nacional. “Com esse know how garantido, senti a necessidade de ter parceiros com sólida experiência na criação original de musicais”, diz Alterio.

Foi quando selou a parceria com Claudio Botelho e Charles Möeller, um contrato inicial de dois anos. Nesse período, eles adequaram as produções que já tinham em mente ao esquema de trabalho da T4F. Assim, no segundo semestre de 2019, deve estrear o musical O Jovem Frankenstein, com letras e músicas do célebre humorista Mel Brooks. “Estamos tratando diretamente com ele a versão brasileira”, conta Botelho, especializado nas transposições para o português. Seus trabalhos são tão certeiros, aliás, que já contou com a aprovação dos autores originais, lendas como Stephen Sondheim (que viu Company no Rio, em 2001) e Stephen Schwartz, que não só aprovou a recente montagem de Pippin que viu em outubro na capital carioca, como autorizou o corte de alguns minutos do original. “Ele ainda voltará ao Brasil, para acompanhar os últimos quatro ensaios antes da estreia em São Paulo”, revela Botelho.

A dupla continuará com projetos previamente acertados (como a montagem de Caroussel, em 2020, ao lado da produtora Renata Borges), assim como participará das grandes produções da T4F, como a quase certa vinda de Mary Poppins, também em 2020. “Produções que comprovam a vitalidade de um gênero que só sobrevive graças às leis de incentivo”, diz Alterio, aguardando a movimentação do novo governo sobre a Lei Rouanet, que permitiu a captação de recursos para O Fantasma (R$ 11 milhões) e Pippin (R$ 3,3 milhões). “Produções que mantêm centenas de pessoas empregadas pela CLT.”

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